Costuras e Sangue.
Parte 02
Passadas duas semanas o detetive e um médico estavam em
uma sala com Maria Lúcia.
-Essa será sua
última chance, me conte o que aconteceu? Mas sem mentiras dessa vez. –disse o
detetive sentado e olhando para Maria Lúcia.
-Eu contei a verdade.
Para ele parar tive que me entregar. Vou contar como foi...
Eu estava com
Madelaine ali sofrendo com a fumaça, nós estávamos encurraladas, iriamos
morrer, então eu tive que tomar providências. Segurei ela nos ombros e corri em
direção dele, passamos por ele como se fosse um fantasma, eu corri das chamas e
entrei na sala da supervisão, coloquei Madelaine sentada na cadeira e arrastei
a mesa até a parede para tentar alcançar uma janela.
-Quero você Maria
Lúcia e quero vingança de todos! –dizia ele se aproximando, eu ia tentar
leva-la comigo para fora, mas quando me virei ele estava estrangulando ela e a
matou.
Podia ver um ser
feito de sangue e olhos negros, ele segurou minha perna e me puxou e fez... Ele
me tocou... em cima da mesa ele me fez dele e entrou em mim.
-Como assim entrou
em você? Então quer que acreditemos que está possuída e que não foi responsável
pelo incêndio na confecção e morte de Madelaine? –questionou o detetive.
-É a verdade. Se
me matarem ele ficará livre, sou eu quem contenho ele dentro de mim. –respondeu
Maria Lúcia.
-Não tem jeito
mesmo. Você será sentenciada amanhã as dezoito horas, sinto muito Maria Lúcia. –disse
o detetive que se retirava da sala.
Maria Lúcia
começou a gritar e espernear dizendo:
-Ele vai pegar
você detetive, por me matar! Ele vai te pegar!
Eles a sedaram e a
levaram para a cela e a prenderam na cama. Durante toda a noite ela cantava a
mesma canção mesmo dormindo:
“Ele vai
nos matar,
ele
vai se vingar,
não
tem como escapar,
o
zelador foi quem pediu,
para
você me escutar,
hum,
hum, hum, hum...
hum,
hum, hum, hum...
Ele
vai nos matar,
ele
vai se vingar,
não
tem como escapar,
o
zelador foi quem pediu,
para
você me escutar,
hum,
hum, hum, hum...
hum,
hum, hum, hum...
Ele
vai nos matar,
ele
vai se vingar,
não
tem como escapar,
o
zelador foi quem pediu,
para
você me escutar,
hum,
hum, hum, hum...
hum,
hum, hum, hum...”
No dia seguinte
eles a levaram para a cadeira elétrica, a colocaram na cadeira, amararam e
prepararam os itens sobre sua cabeça. Um homem espera olhando no relógio dar
seis horas da tarde, faltavam apenas três minutos.
Maria Lúcia estava
chorando e tentava se soltar, colocaram um capuz em sua cabeça e todos ali presentes,
conhecidos da confecção e parentes de Madelaine esperavam para assistir a
execução.
Marcada as seis
horas da tarde o homem que estava aguardando deu sinal para outro que já estava
com a mão na alavanca que controlava a energia elétrica, ele a acionou e Maria
Lúcia era eletrocutada viva.
As pessoas olhavam
aterrorizados, mas não deixavam de olhar.
Suas unhas começaram a crescer e seus
cabelos loiros também, algo estava errado, Maria Lúcia parou de gritar e ria
com aquilo tudo, seu corpo se regenerou e enrijeceu.
Todos ficaram
espantados quando viram que ela estava conseguindo se soltar, a eletricidade
passava pelo seu corpo, mas não parecia lhe fazer mais mal. Ela se soltou e
levantou da cadeira, tirou o capuz e mostrou seu rosto transfigurado, seus
olhos amarelos, dentes afiados, pele pálida, lábios roxos e rosnou para o
detetive que estava também assistindo.
-Impossível! –afirmou
o detetive.
-Ela avisou! –disse
Maria Lúcia, que já não era mais uma mulher, mas um demônio na forma humana.
Ela começou a
atacar todos que ali estavam, devorando seus órgãos, todos corriam, os guardas
atiravam, mas nada detinha o demônio.
Ele Foi até o
médico, até os familiares de Madelaine, os colegas de trabalho e os matou
todos, o detetive assistia tudo procurando como fugir, mas porta alguma abria.
-Eu não acredito
em demônios! –disse o detetive quase urinando de medo perto da porta, vendo o demônio
se aproximar dele com sangue na boca e nas mãos.
-Não precisa
acreditar para que eu exista! –respondeu o demônio.
-Você é Maria
Lúcia? Ou Tomás? –questionou o detetive.
-Usei dos dois
para poder vir a este mundo e não sairei mais dele! –respondeu o demônio que
prendeu o detetive com uma das mãos contra a porta e abriu a boca para
devora-lo.
-Saia da minha
mãe! –gritou uma menina pequena e loirinha, ela entrou escondido no local, era
filha de Maria Lúcia.
O demônio soltou o
detetive e se virou para a menina e caminhava em sua direção.
-Não! Deixe ela em
paz! Corra garota! –gritava o detetive.
Mas a menina não
se mexeu. O demônio parou em frente dela e ela não se mexia, mas não tinha
expressão de medo.
-Eu disse deixa a
minha mãe! Agora! –afirmou ela apontando para o demônio.
-Ela não existe
mais. Você morrerá! –disse o demônio que acertou o rosto da menina com suas
unhas.
A menina caiu no
chão e o detetive pulou nas costas do demônio com a arma apontada para cabeça
dele.
-Não pode me
matar! –afirmou o demônio.
-Mas podemos te
expulsar! –afirmou a menina que começou a cantar uma canção de dormir, era a canção
que sua mãe cantava para ela antes de dormir.
O demônio sentiu-se
incomodado com a música e sacodia-se, o detetive foi jogado de cima do demônio no
chão e via a menina fazer o demônio se abaixar, ela levantou a mão direita e
cantava a canção acreditando que sua mãe lutaria por ela.
O detetive se
comovia ao ver aquilo e a menina disse:
-Mãe me defenda!
Ao dizer isso o demônio
se debateu e começou a queimar.
-Sua mãe já
morreu, foi eletrocutada e atiramos nela. –disse o detetive.
-A alma dela vive!
–respondeu a menina com determinação.
O demônio queimou
e deixou o corpo de Maria Lúcia que voltara ao normal.
O detetive se
aproximou chorando da menina e disse:
-Eu sinto muito
por sua mãe.
-Devia ter
acreditado nela, como eu acreditei. –respondeu a menina.
-Vai ficar sozinha
agora? –questionou ele.
-Não, você vai
cuidar de mim e eu vou te ensinar a acreditar nas pessoas. –respondeu a menina
sorrindo.
Fim.
Gostei muiiito !!!!
ResponderExcluirBem executado e me prendeu bastante a atenção !!!
Ótimo trabalho :)