domingo

Amigo Maldito


Amigo maldito

 Em uma pequena fazenda o pequeno Ananias foi brincar perto do roseiral, ele tinha 8 anos, era ruivo com sardas próximo ao nariz. Ele estava com um carrinho feito de madeira nas mãos o fazia passar no chão de terra. De repente Ananias escutou um gemido de dor, vindo de dentro do roseiral, ele foi seguindo o som até encontrar um menino aparentemente da sua idade, ele estava encolhido e gemia de dor. Ananias se aproximou e disse:

-Você está machucado? Quer ajuda?

O garoto se levantou com ajuda de Ananias que o levou, sem ser notado, para o seu quarto, o colocou deitado em sua cama.

-Qual é o seu nome? –perguntou Ananias.

-Me chamo Fabio e você? –perguntou o garoto, Fabio era branco olhos azuis e loiro.

-Sou Ananias. –respondeu ele.

-Posso ficar aqui? Não quero ir pra casa. Lá é muito ruim! –disse Fabio.

 Ananias fez que sim, desde então Ananias o escondia no quarto, as vezes saia com ele, mas escondido, eles brincavam muito, estavam juntos quase o tempo todo. Um dia estavam de baixo das cobertas de noite, com apenas a luz de uma lanterna, estavam sentados e Ananias perguntou:

-Conta uma história de terror Fabio, você conta?

-Claro. –respondeu Fabio que começou a contar- Era uma vez um garoto que vivia num mundo condenado, ele não era mal, mas foi injustamente colocado lá, ele prometeu que um dia ele sairia de lá com a ajuda de um coração bom o suficiente para trocar de lugar com ele e o libertar daquele castigo injusto. É a história ainda não tem fim ainda.

Ananias se surpreendeu com a história e perguntou:

-É você o garoto da história? Eu seria o de coração bom? O que quer dizer? Não posso trocar de lugar com você. Onde você mora?

 Fabio se aproximou de Ananias e o olhou bem nos olhos, tirou a lanterna das mãos de Ananias e o empurrou deitando em cima dele, ele então se transformou e se tornou um demônio cinza com asas e rabo. Ananias ficou olhando ele nos olhos e disse, estando aterrorizado:

-Eu aceito, mas me deixe em paz!

Após dizer isso Fabio voltou a ser um garoto, sentou na cama e falou:

-Você é um tolo Ananias seu medo te fez um fraco! Você fica aqui, preciso da alma bondosa dos seus pais e dos seus três irmãos mais velhos também. Ele se levantou e saiu do quarto.

 Ananias tomou coragem e levantou da cama com a lanterna na mão, ele perdeu Fabio de vista, mas foi até o quarto de seus pais, chegando lá ele viu Fabio se transformar em um homem, ele tocou em sua mãe e começou a sussurrar em seu ouvido.

-Pare! Eles não! Afaste-se dela! –exclamou Ananias.

Fabio então se afastou da cama e foi até Ananias.

-Acha que pode me enfrentar? Garotinho? –perguntou Fabio que tirou a lanterna de Ananias o pegando e o colocando nas costas, ele o carregou até o roseiral e o jogou no chão.

-Eu sempre disse para minha mãe que não queria ir à igreja nenhuma, porque eu não acreditava em Deus, mas se você existe ele também é real! Então se for como minha mãe sempre diz, ele não vai me abandonar!

Fabio foi andando para perto de Ananias que não correu, mas ficou de pé o encarando e completou:

-Você mentiu para mim, eu nunca menti, nunca desobedeço a minha mãe e agora prometo que se Deus me livrar de você o servirei para sempre!

Fabio se espantou com a atitude de Ananias, parou em frente a ele e olhou para os lados temendo que Deus enviasse ajuda, mas nada aconteceu.

-Mas porque não me ouvis? –disse Ananias que começou a chorar.

Fabio o levantou e se transformou novamente no demônio, abriu a boca que ardia em chamas e Ananias começou a espernear e a gritar dizendo:

-Porque não me ouvis? O que quer que eu faça? Socorro meu Deus!

O demônio lhe mordeu a perna esquerda que começou a pegar fogo.

A mãe de Ananias acordou, pois sentiu o coração agoniado, ela saiu e viu o que acontecia, ela correu e gritou por Ananias.

 Ananias então olhou para o céu e disse:

-Me perdoe Deus.

Dito isso uma luz invadiu a mãe de Ananias e ela chegou até o demônio e lhe chutou as costas, ele largou Ananias e se virou para ela, ela então disse:

-Não mexa com meu filho!

 Ela ergueu a mão direita e começou a entoar uma canção que não dava para se entender na língua dos homens. O demônio começou a gritar e diminuir de tamanho, ele media dois metros e ficou menor que Ananias, foi diminuindo e antes que desaparecesse viu a imagem da mãe de Ananias mudar e parecer com a de um anjo com uma espada a o perfurar. Ele queimou e sumiu.

A mãe de Ananias também era ruiva, ela se ajoelhou perto de Ananias e o colocou no colo, olhou para a sua perna queimada e disse:

-Filho, sinto muito!

-Mãe, eu não sinto! Porque agora eu sei da verdade e sei como derrotar a mentira, vou ser diferente agora, eles que me aguardem! –respondeu Ananias olhando para sua mãe com um brilho nos olhos.

Fim.

 

 

O Pacto


O Pacto 

Joana, Mateus e Nicole, eram grandes amigos de infância, cresceram como irmãos, mas num certo momento da vida tudo mudou e eles já não podiam se ver mais.

Eles haviam praticado bruxaria e depois de descobertos pelos pais quando adolescentes, foram proibidos de se verem.

Agora tinham 19 anos, Nicole saiu de casa para caminhar, como de costume ela sempre colocava um fone e ouvia as músicas da banda de rock de Mateus, eles se falavam pela internet, escondido.

Ela tinha se mudado com os pais há um ano e sentia muita saudade dos amigos.

Durante a caminhada ela se distraio, tropeçou e caio, ainda estava perto da rua da casa dela.

-Olá moça bonita. –disse um rapaz que se abaixou, segurou sua mão e a ajudou a levantar. Ele era bonito, cabelo e olhos pretos, rosto bem branco meio rosado, com roupas de marca.

-Obrigada. –respondeu ela com um sorriso no rosto, ela era mulata, tinha cabelo liso que media até os ombros.

-Você se machucou? Será que quer cuidados médicos, porque eu estou me formando em medicina? –sugeriu ele com um sorriso no rosto, sem soltar da mão de Nicole.

-Bom acho que estou bem, preciso ir agora. –disse ela segurando para não rir, ela saiu com pressa.

De noite ela estava sentada em na cama, falando com Mateus pela web câm.

-Bom então me fala como ele era? –perguntou Mateus, pois estavam já se falando há alguns minutos e ela contou sobre o rapaz que encontrou.

-Bom ele é muito branco, é um pouco mais alto que meu pai e tem cabelo e olhos pretos, ele se veste super bem e está estudando medicina, ele é tudo de bom há, há, há. –contou ela.

-Puxa que empolgação hem, acho que agora você desencalha há, há, há. –brincou Mateus.

-É nada eu sai fora, nem dei chance, eu acho que sou doida há, há, há, há. –completou Nicole.

-Bom eu terminei com a Natalie e comecei a ficar com a Joana... –disse ele esperando levar uma bronca.

-A Joana? Como assim? Ela é sua amiga, nossa amiga. É como uma irmã para gente. Não pode estar falando sério. –respondeu Nicole.

-É verdade, pergunte para ela, ela está aqui do meu lado. –dito isso Mateus virou o computador e mostrou a Joana.

-Oi Nicole, nossa eu disse para ele deixar eu contar, mas sabe como ele é teimoso. Quero que saiba que aconteceu, não planejamos, a gente só queria te contar antes de começar a namorar. –explicou Joana, uma loira de olhos cor de mel, que ficou corada ao falar.

-Vocês, eu, mas isso não poderia ter acontecido, eu fiquei de fora, quer dizer, éramos um trio de amigos, agora eu sou o que? A amiga do casal? –afirmou ela, ficando muito nervosa e desligou a web câm.

Nicole deitou na cama e começou a murmurar dizendo:

-Pelo pacto de sangue que fizemos, eu exorto Mateus e Joana e declaro que são traidores do pacto, por isso os impeçam de ser felizes!

Ela disse isso entre prantos, tocando uma marca feita a faca no braço esquerdo, a marca era de um tridente.

No dia seguinte ela desceu para tomar café e sua mãe se aproximou chorando e disse:

-Filha a mãe da Joana ligou, disse que ela está morta, parece que o Mateus a matou e depois se suicidou, ou foi ao contrário, ninguém sabe, mas estão mortos, foram esfaqueados e enforcados depois.

Nicole olhou assustada para a mãe e disse:

-Não pode ser, eu não queria isso, eu só, eu não queria isso, o que foi que eu fiz? –disse ela desesperada, ela empurrou a mãe e saiu da casa de pijama, chorando muito.

Ela começou a correr bem rápido, estava descalço. Começou a chover assim que ela parou em frente um cemitério.

Nicole então entrou e parou diante de um tumulo que havia uma frase: “Descanse em paz”. Ela sentou no chão e chorou por horas, debaixo da chuva.

-Não precisa mesmo de um médico? –disse o mesmo rapaz que ela encontrara antes. Ele se abaixou e ofereceu a mão para levanta-la.

-Me deixe em paz! –gritou ela.

-Mas como pode querer paz, quando tudo na sua vida foi a procura de tudo que te tirava a paz? Porque não vem comigo e deixa eu te mostrar o que estou falando? –perguntou ele.

-Qual é o seu nome? Do que está falando? –questionou ela.

-Só estou com você a sua vida toda e não sabe meu nome? Segure a minha mão. –respondeu ele.

Nicole então segurou a mão dele e ele a levantou, nesse momento a chuva parou e o céu se abriu.

Ela sentiu algo diferente, colocou a mão no peito e disse:

-Você é um anjo?

Ele não respondeu, somente a abraçou, então ela acordou em seu quarto.

-O que? Mas será que tudo não passou de um sonho? –Questionou, ela olhou para o relógio que marcava 9 horas da noite ainda.

Ela então pegou o computador e assim que ligou viu o Mateus online, o vendo ela começou a chorar.

-O que foi Nicole? –perguntou Mateus.

-Tudo bem, vocês podem namorar. –respondeu ela.

-Mas o que? Como você sabe... é eu e a Joana, bom ela está aqui do meu lado, quer vê-la? –disse Mateus.

-Sim, por favor! –respondeu ela tentando se acalmar.

Mateus então virou a câmera e lá estava Joana, mas estava cheia de sangue segurando uma corda que estava amarrada no pescoço, ela tinha os lábios e os olhos roxos e Mateus também ficou assim.

-Você também não vai ser feliz! Pela marca do pacto que fizemos, você está unida a nós, em nosso sofrimento! –afirmou Joana.

Com isso Nicole levantou –se espantada e gritou, começou a sentir sua pele rasgando e seu pescoço sendo enforcado. Ela Tentou resistir, mas morreu minutos depois.

Fim.

 

 

 

 

 

A Janela do Tempo


A JANELA DO TEMPO 

 Em meados dos anos 70, uma garotinha foi abandonada em uma rua sem saída, era de noite por volta das 3 horas, ela tinha um ano e três meses, a mãe há deixou na rua brincando com um chocalho com uma bola colorida na ponta e saiu sem que a menina percebesse. Passando alguns minutos a garotinha viu que estava sozinha e começou a chorar, então alguém se aproximou a levou.

 Anos depois a mãe da garotinha estava com 52 anos, morava em uma casa simples na cidade de Ribeirão Pires, ela morava com um homem bom e generoso, eles se casaram pouco depois dela deixar a menina e ele não sabia de nada.

Certa manhã ele já tinha saído para trabalhar e ela escutou a porta do quarto se abrindo, e acordou. Ela disse:

-Querido é você?

Vendo que não respondia, pensou ser o vento e se levantou para fechar a porta. Nesse momento a janela do quarto se abriu, algo muito estranho, pois ela teria que ser puxada para cima.

A mulher se assustou e foi até a beirada da janela olhar, então ela viu uma jovem do lado de fora da casa, ela morava em um sobrado e pela janela ela viu a moça em frente à casa.

-O que você quer? –questionou a mulher.

A moça começou a anda e a mulher percebeu que ela entrara na casa. Ela desceu as escadas devagar e repetiu:

-O que você quer?

A moça se aproximou ela era uma jovem bonita, estava com os cabelos no rosto, as duas eram de descendência indígena, mas já tinham vários traços misturados com outras raças.

-Você não merece ser feliz! –disse a moça.

Dito isso ela começou a estremecer e virar os olhos, das costas tirou uma faca que já estava suja de sangue, a mulher se apavorou e começou a gritar.

-Eu já dei conta dele, você está sozinha agora, você vai pagar por tudo! -afirmou a moça.

A mulher subiu as escadas correndo e entrou no quarto, se trancou lá dentro e ficou próxima a cama.

Parecendo estar tudo quieto a mulher foi até a janela e olhou para ver se tinha alguém para pedir ajuda, então ela sentiu que alguém a tocava o ombro e começou a gritar.

-Calma sou eu querida. –disse o homem que morava com ela.

 Ela o abraçou e começou a chorar.

-Ei sei que não fui boa, eu a deixei, sei que é ela, eu só queria uma vida diferente, nunca quis isso! –disse ela em prantos.

Ele a afastou, olhou em seus olhos e disse:

-Acalme-se está tudo bem.

Dito isso a moça apareceu atrás dele e a mulher percebeu que ele estava cheio de sangue, mas sem parecer se importar, a moça se aproximou e a mulher foi indo para trás até cair pela janela.

Horas depois a mulher acordou no hospital, havia fraturado a coluna e quebrado as pernas.

-Mas não pode ser real, isso não pode ser real.

O médico se aproximou e disse: Não se preocupe moça, vai ficar tudo bem.

-Moça? Eu? –questionou ela.

Ela levantou o braço e viu que não era o braço dela, mas os de sua filha e tocando seu cabelo viu que eram longos e que seu rosto havia mudado.

O médico saiu e ela começou a chorar sem entender nada, então os seus braços tomaram uma força própria e começaram a enforca-la, ela tentou resistir, mas não conseguiu.

Momentos depois o médico voltou lá e viu a mulher e pensou apenas ter se enganado de paciente, tentaram reanima-la, mas já era tarde.

Fim.
 
 
 

 

 

O MARTELO DA DECISÃO


O MARTELO DA DECISÃO

 

  Lucas é um rapaz que ama estudar, na escola todos pedem sua ajuda quando estavam com dificuldade em alguma matéria. Ele é loiro e branquinho, cabelo espetado e óculos, se veste bem, sempre na moda.

É fim de semestre as férias começam no dia seguinte, Lucas está saindo da escola com sua namorada Juliane e seu amigo Diego, de repente param em frente eles quatro baderneiros, os mais temidos da escola.

-Ei Lucas, você se acha ne? Deixa eu beijar sua namorada que eu deixo vocês passarem sem nenhum dano! Há, há, há. –disse Paulo, o lider dos baderneiros, eles andam em um grupo de seis, ele é grandão e forte, um moreno que vive tirando proveito dos outros com seu grupo.

-Até parece! Eu não tenho medo de você! –disse Lucas que colocou a namorada a traz a segurando pela mão, ela é uma negra linda, com tranças no cabelo.

Dito isso Paulo fez um sinal com a cabeça para seu grupo e eles cercaram Lucas e os outros dois.

-É sua última chance Lucas, ou ela me beija, ou vocês três vão apanhar feio! –afirmou Paulo.

Muitos que saiam da escola pararam para ver a confusão.

Juliane vendo que a ameaça era séria e temendo o que poderia acontecer se aproximou de Paulo, soltando a mão de Lucas a força e disse:

-Eu beijo, mas deixe a gente em paz depois!

Com isso Paulo a agarrou a beijando e passando as mãos.

-Pare com isso! –gritou Lucas que tentou impedir, mas o grupo de Paulo seguraram ele e Diego que tentavam fazer Paulo solta-la.

Juliane tentou se soltar empurrando Paulo, mas ele era forte e estava se aproveitando disso.

De repente Lucas fechou os olhos e disse com ódio:

-Preciso de você agora!

 Nesse momento ele redobrou a força e empurrou os que o seguravam e foi até Paulo, o puxou pelas costas o fazendo soltar de Juliane e lhe deu um soco que o fez cair no chão. Ele foi em cima de Paulo e começou a soca-lo, o grupo de Paulo ficou intimidado, e todos ficaram também, Lucas estava estranho não parecia ser ele, seus socos começaram a tirar sangue do rosto de Paulo que já estava quase inconsciente.

-Já chega Lucas, pare! –disse Juliane que se aproximou de Lucas o tocando no ombro, com voz de choro.

Lucas então parou e disse com muito ódio na voz:

-Você provocou a gente, isso não termina aqui, vai pagar por ter tocado nela e ter me humilhado! –disse Lucas segurando no cabelo de Paulo com uma das mãos e apontando o dedo na cara dele com a outra.

Passados três dias Lucas estava em casa, era de tarde, mas ele estava deitado na cama, dormido, quando acordou no susto.

-Ei sei que temos que terminar com ele. –disse Lucas que se sentou na cama.

Ele estava aparentemente sozinho no quarto, o brilho que antes tinha em seu olhar desapareceu e agora só havia uma expressão em seu rosto a de ódio.

De noite Lucas foi até a garagem de sua casa e pegou um martelo das ferramentas de seu pai, ele estava encapuzado com uma toca de motoqueiro, vestindo preto.

Chegando até a casa de Paulo ele se aproximou da janela da sala e quebrou o vidro, entrou sem ser percebido, pois todos dormiam na casa, foi até o andar de cima e procurou o quarto de Paulo.

Nessa mesma hora Juliane acordou em casa e sentiu o coração apertado, ela sentiu que algo estava acontecendo, ela amava Lucas. Então se levantou e se colocou de joelhos e fez uma prece, mesmo nunca tento ido a alguma igreja ou ter alguma religião.

-Sei que existe alguém do bem que me escuta agora, talvez um anjo, eu te peço afaste o mal do Lucas! Agora! –disse com firmeza e fé nas palavras, depois disso ela ascendeu uma vela e voltou a dormir.

 Enquanto isso Lucas entrou no quarto de Paulo e levantou o martelo mirando em sua cabeça, nessa hora ele sentiu uma força segurando o martelo, que o impedia de abaixa-lo.

Ele estava tomado de ódio e atrás dele podia se ver uma sombra obscura que exalava cheiro de sangue.

-Vamos! Me dê forças para fazer isso! –sussurrou Lucas olhando para a sombra atrás dele.

Sentiu então sua força redobrar e seu ódio se apoderar dele por completo. Ele levantou mais o martelo e podia se ver que a sombra o ajudava. Mas apareceu um feixe de luz do lado de Paulo na cama, que disse:

-Lucas, não faça isso, você já o feriu, foi o bastante, ele se arrependeu do que fez, pare! Mande embora o seu opressor!

Paulo então acorda e olha para Lucas e grita de susto.

Lucas vendo os olhos de Paulo e lembrando o que ele havia feito abaixou o martelo com força, mas Paulo o segurou, o martelo tinha um peso e uma pressão para baixo muito grande, Paulo tentava segura-lo.

-Chegou sua hora! –exclamou Lucas que puxou o martelo para trás e bateu em Paulo, mas o acertou no ombro.

-Eu disse pare! –afirmou o feixe de luz que completou. -o que me move é mais forte do que o que te move, solte esse martelo Lucas, agora!

O feixe se revelou e dava para ver ser um anjo com uma armadura reluzente e com uma espada na mão apontada para a sombra.

Lucas então soltou o martelo e recobrou a razão, ele e Paulo ficaram admirados com o anjo, mas de trás de Lucas saiu a sombra que também se revelou, era um demônio, com uma armadura em chamas e três chifres, também empunhava uma espada.

Eles começaram a lutar e Lucas e Paulo ficaram paralisados ao ver tudo aquilo. Paulo disse, não tirando os olhos da luta:

-Lucas, é você embaixo da toca? Eu juro que vou mudar, eu te peço perdão, agora mais do que nunca percebi o que fiz, olha para eles, o que fiz atraiu o demônio, eu não quero isso, me perdoe Lucas, eu imploro!

-Paulo, eu, eu, eu, está bem eu te perdoou... –Lucas disse isso começando a chorar e completou. –Eu não quero mais você em minha vida! –disse olhando para o demônio.

O demônio tinha acabado de ferir o anjo na barriga com a espada, mas depois do que Paulo e Lucas disseram o anjo ficou ainda mais forte e apenas ordenou:

-Retire sua espada e vai embora! Tua força não tem vez aqui! Volte para a sua humilhação!

 Com isso o demônio ardeu em chamas e desapareceu. O anjo olhou para Lucas e disse:

-Fique em paz e diga a Juliane que eu a ouvi!

Depois disso Paulo e Lucas se tornaram amigos, Lucas disse a Juliane o que aconteceu e ela acreditou, pois sentiu no coração que era verdade.

 

Fim.

Visão nas Trevas


Visão nas Trevas 

  Há mais ou menos um ano atrás Júlio, um homem de 27 anos, alto, magro, um negro sempre bem vestido, estava dirigindo para voltar para casa, vindo de outra cidade onde trabalhava, era uma noite linda, cheia de estrelas no céu, nenhuma nuvem, ele como sempre estava ouvindo música, gostava de ouvir pagode. 

De repente ele ouviu alguém chamando, não pelo seu nome, mas pelo seu apelido que era Nenê, ele achou estranho pois estava sozinho no carro, parecia a voz de um homem, mas estava sussurrando.

Júlio passou a mão sobre o rosto e pensou que deveria ser impressão dele, talvez estivesse apenas com sono, era por volta das 20 horas.

 Mais ou menos cinco minutos depois o rádio parou, Júlio se irritou e disse:

-Que droga de rádio!

 Dito isso o carro simplesmente parou de funcionar.

-Era só o que me faltava! Estou no meio da estrada ainda! –disse ele que encostou o carro e desceu para ver o motor.

-Nenê? Nenê? É você quem procuro! Venha comigo! –disse um homem velho, parecendo um andarilho, vestido com roupas rasgadas e encapuzado, com uma longa barda grisalha.

-Mas de onde você surgiu? O que você quer? Não adianta querer o carro ele não funciona! - disse Júlio que se espantou e achou que poderia ser um assalto.

-Me siga! –disse o velho, que andou pela estrada e desapareceu.

-Mas como pode? –Júlio deixou o carro e foi na direção onde o velho andou.

Começou a sentir uma tontura, ele coçou os olhos e quando viu estava em outro lugar, estava chovendo, mas não caia água do céu, mas sangue, o chão era cheio de espinhos e ventava muito.

-Caramba! Mas onde estou? O que é isso tudo? –gritou ele desesperado.

O velho então apareceu e retirou o capuz, ele se transformou era um homem idêntico ao Júlio e disse:

-Você disse por várias vezes que não aguentava mais a sua vida, que trocaria tudo por mais um dia livre de sua mulher, dois filhos e seu emprego distante de casa. Pois bem atendi aos seus pedidos, agora está livre.

Dito isso o velho desapareceu e Júlio caiu de joelhos e começou a chorar, os espinhos cresciam e machucavam Júlio, ele começou a gritar pedindo perdão por tudo, mas era tarde.

O velho voltou até o carro e seguiu viagem, o carro e o rádio voltaram a funcionar.

Chegando na casa de Júlio o velho entrou e se deitou ao lado da esposa de Júlio, tocou em seu ombro acordando-a, ela se virou e disse:

-Que mão gelada amor, como você demorou hoje. –ela se sentou na cama e disse para ele -acho que devíamos fazer alguma coisa, porque sinto você muito distante, eu te amo!

O velho fez um carinho em seu rosto e disse:

-Vou atender ao seu pedido. –dito isso a casa começou a pegar fogo, mas ela parecia paralisada com o toque dele. Ela via e sentia o fogo, mas não conseguia se mover...as crianças dormindo, Daniela 8 anos e Pedro 10 anos, acordaram mas também não conseguiam se mexer.

Júlio começou a fazer orações, pedindo a Deus que o deixasse sair dali, então ele voltou para a estrada, tudo parecia normal, mas o carro não estava ali.

Quando ele chegou em casa, após pegar um ônibus quilômetros depois de onde deixara o carro ele viu apenas destroços da casa, que foi consumida pelo fogo, os bombeiros ainda estavam ali e a polícia.

Ele começou a gritar dizendo:

-Foi tudo culpa minha! Não!

Vendo isso o policial se aproximou e o prendeu como suspeito. Ele confessou o crime e foi sentenciado.

Todos os dias na cadeia ele se isolava e dizia ter visões de sua família nas chamas. Recentemente ele foi solto e desde então ele tem contado sua história, em um hospital psiquiátrico.

 

Fim.