domingo

A Janela do Tempo


A JANELA DO TEMPO 

 Em meados dos anos 70, uma garotinha foi abandonada em uma rua sem saída, era de noite por volta das 3 horas, ela tinha um ano e três meses, a mãe há deixou na rua brincando com um chocalho com uma bola colorida na ponta e saiu sem que a menina percebesse. Passando alguns minutos a garotinha viu que estava sozinha e começou a chorar, então alguém se aproximou a levou.

 Anos depois a mãe da garotinha estava com 52 anos, morava em uma casa simples na cidade de Ribeirão Pires, ela morava com um homem bom e generoso, eles se casaram pouco depois dela deixar a menina e ele não sabia de nada.

Certa manhã ele já tinha saído para trabalhar e ela escutou a porta do quarto se abrindo, e acordou. Ela disse:

-Querido é você?

Vendo que não respondia, pensou ser o vento e se levantou para fechar a porta. Nesse momento a janela do quarto se abriu, algo muito estranho, pois ela teria que ser puxada para cima.

A mulher se assustou e foi até a beirada da janela olhar, então ela viu uma jovem do lado de fora da casa, ela morava em um sobrado e pela janela ela viu a moça em frente à casa.

-O que você quer? –questionou a mulher.

A moça começou a anda e a mulher percebeu que ela entrara na casa. Ela desceu as escadas devagar e repetiu:

-O que você quer?

A moça se aproximou ela era uma jovem bonita, estava com os cabelos no rosto, as duas eram de descendência indígena, mas já tinham vários traços misturados com outras raças.

-Você não merece ser feliz! –disse a moça.

Dito isso ela começou a estremecer e virar os olhos, das costas tirou uma faca que já estava suja de sangue, a mulher se apavorou e começou a gritar.

-Eu já dei conta dele, você está sozinha agora, você vai pagar por tudo! -afirmou a moça.

A mulher subiu as escadas correndo e entrou no quarto, se trancou lá dentro e ficou próxima a cama.

Parecendo estar tudo quieto a mulher foi até a janela e olhou para ver se tinha alguém para pedir ajuda, então ela sentiu que alguém a tocava o ombro e começou a gritar.

-Calma sou eu querida. –disse o homem que morava com ela.

 Ela o abraçou e começou a chorar.

-Ei sei que não fui boa, eu a deixei, sei que é ela, eu só queria uma vida diferente, nunca quis isso! –disse ela em prantos.

Ele a afastou, olhou em seus olhos e disse:

-Acalme-se está tudo bem.

Dito isso a moça apareceu atrás dele e a mulher percebeu que ele estava cheio de sangue, mas sem parecer se importar, a moça se aproximou e a mulher foi indo para trás até cair pela janela.

Horas depois a mulher acordou no hospital, havia fraturado a coluna e quebrado as pernas.

-Mas não pode ser real, isso não pode ser real.

O médico se aproximou e disse: Não se preocupe moça, vai ficar tudo bem.

-Moça? Eu? –questionou ela.

Ela levantou o braço e viu que não era o braço dela, mas os de sua filha e tocando seu cabelo viu que eram longos e que seu rosto havia mudado.

O médico saiu e ela começou a chorar sem entender nada, então os seus braços tomaram uma força própria e começaram a enforca-la, ela tentou resistir, mas não conseguiu.

Momentos depois o médico voltou lá e viu a mulher e pensou apenas ter se enganado de paciente, tentaram reanima-la, mas já era tarde.

Fim.
 
 
 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário