quinta-feira

Noites estranhas!



Noites estranhas!

 Hoje é quarta-feira, por volta das 2:00h, a casa está silenciosa, todos estão dormindo, mas espere de novo avisto o papai, ele saiu do quarto e está descendo as escadas, para onde ele vai? Vou segui-lo.

 Meu nome é Izabel, tenho 13 anos e estou investigando as atitudes suspeitas do meu pai já fazem quatro noites seguidas, desde que voltamos de férias.

 Estou o seguindo e novamente ele desce para o porão, dessa vez vou tentar entrar sem ser percebida, entrando quieta, calma, calma pisando devagar, ops ele olhou pra trás, salva pelo armário de ferramentas. Esperai ele não estava apenas olhando pra trás ele pegou algo no armário e está seguindo pro fundo do porão, o que? É... Más notícias, ele sumiu, é perdi ele de vista. Mas que Droga!

 Acho que vou ter que sair e esperar do lado de fora, me virando pra sair, passos lentos, nada de barulho, continuando, só falta alguns passos até a saída, tenho que passar pela escada, pronto o último degrau e saiu daqui...

 Ótimo nada aconteceu, esperei e esperei e nada. Ele sumiu e eu estou com muito sono já são 5:00h então vou dormir.

 Boa noite são 3:15h e meu pai levantou de madrugada, detalhe, desde que voltamos de férias eu não o vejo chegar do trabalho, estamos sem nos falar, por falta de tempo.

 Como sempre o porão, estou descendo atrás dele, dessa vez mais perto pra não perde-lo de vista, o que ele está fazendo ali, não consigo ver. Estou me rastejando por trás do armário de ferramentas dando a volta para tentar ver, agora sim posso ver ele tem nas mãos uma peixeira e na outra... Eu, ham, ham...

 Desculpe mas tenho que ir, estou, estou é, correndo de volta pro meu quarto, tranquei pronto, a porta do meu quarto. Minha respiração e coração estão acelerados e estou suando e com muito medo, eu não entendo, o que eu faço?

 São 5:38h já estou mais calma, estou saindo do quarto novamente, vou tentar chamar a minha mãe, estou entrando no quarto dela, pronto estou me aproximando dela.

-Mãe, mãe acorde!

 Ela está de costas, estou dando a volta na cama pra ver o seu rosto e...

-Mãe! Não... Ela, ela... mas não eu...

 Meu pai acaba de entrar no quarto e minha mãe está na cama, está com ferimentos no rosto, acho que meu pai bateu nela, estou debaixo da cama deles e muito assustada. O que eu faço?

 As horas se passaram e meu pai levantou com o despertador e foi se arrumar para o trabalho, ele acabou de sair de casa, estou vendo ele saindo de carro pela janela.

-Mãe! Acorde!

 Finalmente ela está acordando.

-Mãe o que aconteceu com você?

 Ela me olha, mas não responde. Ela se levantou e foi ao banheiro, voltou pra perto da cama e...

-Não!

 Ela, ela se jogou pela janela, moramos no quarto andar, eu vou chamar a ambulância.

 Hoje é domingo, os dias estão cada vez mais estranhos, minha mãe está internada, mas está bem, ela não se lembra de nada. Estou em casa e são 4h, meu pai desceu para o porão, mas eu não fui atrás dessa vez, tenho medo.

 Estou na beirada da porta do meu quarto vendo que horas ele volta. Espere escutei um barulho, parece uma furadeira e o barulho está aumentando como se ele estivesse vindo pra cá, sim, meu pai parou na escada olhou para mim com a furadeira na mão e...

 Caramba, me tranquei no quarto e ele está furando a porta e batendo, querendo entrar, acho que ele vai, vai... eu tenho que fugir daqui, mas pela janela não dá, é muito alto.

 Por aqui. É. Estou do lado de fora na beirada que contorna as janelas, estou tentando ir pra janela do vizinho, talvez pedir ajuda, pronto, droga a janela está trancada, estou batendo.

-Me ajudem! Socorro!

 O que? Meu pai está na beirada ao meu lado, com a peixeira e ele me acerta... estou caindo, me sinto como uma folha caindo ao chão, não acho que vou sobreviver...

 São 9:00h acordei e acho que estou no porão, do meu lado está a minha mãe e está desacordada, não consigo me mexer acho que quebrei as penas quando cai, o meu gato que estava nas mãos do meu pai naquele dia está aqui do meu lado, ele está mutilado e chora agonizando.

 Meu pai acaba de entrar e está com a peixeira na mão, ele a levanta, mas para antes de me acertar ele escuta a sirene da polícia, os policias estão batendo na porta da frente, chamando por ele, para entrar.

 Será que estou salva? Esperai, meu pai pegou um galão de gasolina e está jogando por toda parte e jogou em cima de nós também.

 Ele sempre foi amoroso e carinhoso conosco, nunca me bateu e nem em minha mãe, porém desde que voltamos das férias ele tem agido assim, nem parece o mesmo homem.

 Eu estou tentando falar, mas não consigo, acho que foi a queda, me deixou muito mal. Ele está com um isqueiro e o jogou no chão, está tudo pegando fogo e ele está de joelhos dizendo umas palavras que não entendo.

 Estou tentando me virar, me joguei pro lado e estou me arrastando até ele, preciso tentar impedi-lo. Toquei em sua perna, ele me olhou, mas seus olhos estão completamente pretos e ele está com o rosto desfigurado, parece um monstro, ele me pegou pelo braço e me levantou, ele está de pé e estou com muita dor, estou pendurada pelo braço, ele está muito forte.

 Fechei os meus olhos e apenas peço: um milagre...

 Acordei, nossa nem acredito que estou viva, mas porque estou nesse lugar, parece um hospital, mas cheio de celas, não entendo, acho que na cama é o meu pai, me aproximei e tentei toca-lo mas não consigo senti-lo. Algo estranho aconteceu.

 Ele acordou e se virou, um homem com roupas diferentes entrou na cela, ele se aproximou do meu pai e começou a dizer algumas palavras, meu pai está se debatendo, dois homens de branco, acho que são enfermeiros, estão segurando os braços do meu pai.

 Será que ele pode me ouvir? Não, espere eu posso ver o que está no meu pai que o atormenta! É um ser horrível, ele consegue me ver também e está me encarando.

 Não vou deixar isso continuar! Fui para cima dele, estou batendo nele, e o puxando para fora do meu pai, ele saiu e caímos no chão, estamos brigando, mas ele é forte, muito forte. O homem com vestes diferentes olhou para nós no chão e levantou uma das mãos e disse algumas palavras que não pude prestar atenção, estou em combate!

 Enfim eu consegui segurar o ser maldito e o prendi no chão, eu estou olhando em seus olhos e apenas senti como se minha força fosse muito maior que a dele, pois eu vi medo!

 Ele desapareceu e meu pai se acalmou, parecia o meu velho de novo... Com o rosto corado e os olhos castanhos com aquele brilho de sempre, mas já não posso abraça-lo, olho para trás e vejo a minha mãe está me chamando, temos que ir, fique bem papai...fique bem!

 

Fim.



Nenhum comentário:

Postar um comentário